15.01.12

Dia de missa.



Domingo...como manda a tradição é dia de ir na missa, para os católicos, é claro.

Religião é um tema muito difícil, porque a fé não se pode impor, ela simplesmente está lá, no seu coração. E seja lá qual for sua fé, que esteja firme, porque acho que sem acreditar em algo estamos fritos.
No casamento com o meu evangélico luterano, ele teve que assinar que, caso viessem os filhos, que seriam educados na religião católica, já que ele optou ( foi praticamente obrigado) por casar de acordo com as leis da santa madre igreja de Roma. Então anos mais tarde nasceu a Luciana, que foi batizada na pia batismal mais antiga do Rio de Janeiro(escolhida pelo pai alemão que se tornou  guia turístico do Rio de Janeiro), na Igreja do Santíssimo Sacramento, na Av. Passos. Tudo muito lindo organizado pela avó coruja Romilda e celebrada pelo Pe. Lobão. Sempre que eu podia levava a Lu na missa para crianças e ela gostava de participar. Quando ela foi para o jardim de infância, o qual também é católico, começaram as iniciações propriamente ditas para a religião. No primário tinha então a aula de religião, administrada por um professor que estudou para isso e com provas e notas. Na terceira série as aulas foram administradas pelo padre de Röttenbach, na preparação para a primeira comunhão e sem nenhuma vocação para lidar com os pequenos. No ginásio a coisa piorou de vez, os temas começaram a ficar mais complexos, mais filosóficos, tendo que estudar muito para as provas, e a minha filha  se desinteressou. O professor também era um  fracasso como gente e um grande arrogante. Quando eu disse que religião para mim era outra coisa e não aquilo que ele dava de acordo com o currículo estipulado pelo ministério, ele quase me bateu. Na décima classe, a minha filha optou pela matéria ética, que mesmo tendo provas e notas ( que poderiam até reprovar!), achou mais interessante. E isso é religião aqui. Entopem a criança desde o jardim, seja católica ou evangélica luterana (em outros casos tem ética), que o jovem não vai na igreja, por outro lado ele tem uma base sólida de fundamentos humanísticos para a vida toda.  Quando vou na igreja , percebo que a idade média na minha cidade é de 50 anos para cima. O padre é espanhol e até tenta dinamizar, mas uma missa totalmente feita como antigamente. Algumas músicas datam de 1500!  Acho que alemão deveria conhecer um pouquinho das músicas do Pe. Zezinho, ou assistir uma missa do Pe. Fábio ou Marcelo. Descontado em folha, o imposto de igreja é de 8% do imposto sobre o salário. O Wolf sempre pagou para a igreja dele e a minha, e ele nem vai lá.
Não me espanta muito tudo isso, num país que tem um papa muito conservador, a missa é e continuará sendo deste jeito. 

3 Kommentare:

  1. Dayse Corrêa

    Ana, eu cheguei a rever a Igreja do Santíssimo Sacramento com o teu relato. Interessantíssimo! Tenho aprendido muitas coisas sobre a Alemanha contigo. Continua com o blog!!!

    Meu marido também é um apaixonado pela nossa cidade mas tem enorme dificuldade com as palavras de origem indígena (Sapucaí, Sernambetiba, etc...). É o português que Portugal não chegou a conhecer.

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  2. Prima, a Igreja, creio, por tratar-se de uma instituição mantém normas e regulamentos para manter a sua organização ao redor do mundo. Para preservar a ‘unicidade’ na difusão da ‘fé’, sem perder suas características... Toda essa estrutura e rituais não devem estar acima da Verdade que reside dentro de cada um de nós; somos nós os responsáveis pelas nossas escolhas.
    Entendo que a Igreja é um produto da religião que, por sua vez, é uma criação do homem: a religião é uma forma que desenvolveu para entrar em contato com tudo que transcende a matéria – porque, afinal de contas, não importa que religião professe, o homem sabe (ou intui) que existe algo maior do que os olhos físicos podem ver.
    Talvez fosse mais interessante deixar às escolas apenas a função de ministrar a Filosofia. Tenho a impressão de que a combinação desta ciência com a convivência em família poderia ajudar a criança, e o adolescente, a encontrar o seu caminho pessoal para o contato com o Divino.
    Forte abraço,
    Rita.

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  3. Rita, pode ser que a escola ajude com a parte filosófica em si, mas a partir do momento que a crianca ou jovem precisa de notas no boletim além de ter que estudar matemática, alemao, inglês, física, latim, grego, biologia, etc, a coisa comeca a dificultar. Isso teria que vir de uma forma mais interessante para atigir e sem cobrancas, afinal o adolescente nao está muito interessado no que os grandes pensadores queriam dizer.

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