09.03.12

A caminhada dos sapinhos.

Quando as noites de março começam a ficar mais quentes, os anfíbios acordam. E como eles vivem tanto na água quanto fora dela, então começa um período perigoso para estes animais. No meio da noite eles vão pulando em direção aos lagos onde poderão colocar seus ovos. E quando estas noites chegam, os milhares de sapinhos saem todos de uma só vez. Eles sabem para onde ir, mesmo que precisam de algumas noites para achar, pois eles colocam os ovos no mesmo lugar onde nasceram. E acham  o lugar com a ajuda das estrelas, da lua, dos cheiros e dos barulhos. E como eles saem à noite, atravessam ruas, onde o trânsito existe, e não importa se tem carro passando ou não. Os motoristas não podem ver no escuro e assim muitos sapinhos são atropelados.
Ainda bem que tem pessoas que se importam com isso. Colocam placas com a estampa do sapo, para alertar que na área podem ter alguns  passando e é necessário diminuir a velocidade. 

Mesmo assim o pessoal da organização de Proteção aos Animais colocam uma rede de plástico verde na beirada das estradas, para que os bichos não pulem para a rua. 

 Até mesmo enterram baldes caso os sapinhos fiquem procurando como pular a cerca, possam cair dentro e no próximo dia as pessoas designadas possam transportá-los para o outro lado, assim eles podem continuar o caminho sem serem atingidos por um carro. 

Mais prático ainda são os túneis  feitos de cano largo e que passam por baixo das ruas asfaltadas, assim quando os anfíbios tentam atravessar para o outro lado esbarram na cerca verde e encontram o tunel que os levam para o outro lado. 

Imagino que no Brasil também tenha algo parecido, pois já pude ver a preocupação que há com as tartarugas marinhas. Mas com sapinhos não sei se há este tipo de trabalho. Quando vi isto pela primeira vez achei muito interessante e ontem passando por uma estrada que chega até Röttenbach vi que eles já estavam preparados para as noites de „caminhada dos sapinhos“ e resolvi registrar para vocês. Logicamente não encontrei nenhum bichinho, nem mesmo na rua esmagado. Portanto a cerca e o túnel que montaram está dando certo mais uma vez. 
No nosso laguinho do jardim também sempre aparecem alguns sapinhos e ficam durante a primavera e o verão. Vamos ver o que nos aguarda este ano.  


05.03.12

Alemanzei...mas nem tanto.



Alemanzei...mas nem tanto.
...imaginem que eu gosto de ver novela. Já assisti algumas na tv alemã, mas atualmente somente uma da Rede Recordeuropa. E vejo muitas séries alemães.
...as mulheres alemães acham lindo um  cabelo encaracolado. Eu gosto mesmo é de um lisinho. Pena que a escova progressiva e adjacentes ainda não estão disponíveis nos salões comuns. E pasmem! Eu uso ainda um método bem antigo, o de enrolar com rolinhos, secar no secador, e depois uma bela „touca“ para lá e para cá. O cabelo fica maravilhoso. Meu cabelo detesta secar  com escova.
...eu não gosto de convidar amigos ou conhecidos para tomar café da tarde, como é comum aqui. Prefiro que venham para almoçar ou jantar.
...destesto que me chamem de Sra. Schmidt. O alemão custa a oferecer o tratamento  „você“ e ser chamado pelo nome. Quando cheguei aqui, muitas vezes nao reagia quando era chamada, como por exemplo na sala de espera do médico.
...gosto de elogiar as pessoas ou puxar um papo com estranhos.
...detesto trabalho no jardim. Acho ele lindo, mas sem meu esforço. Só corto a grama, porque é a minha contribuição para com o resto da família. 

Quando eu lembrar de mais detalhes escreverei naturalmente.

02.03.12

Meu lado português.


Como muitos brasileiros, tenho raízes na Europa. Sim! Meu lado português, porque meu avô materno era um imigrante vindo de Vila do Conde. Em conversa com um amigo alemão, que havia encontrado um amigo de infância na França através de uma carta para a Prefeitura local, resolvi fazer o mesmo e escrever para o prefeito de Vila do Conde à procura de três primas da minha mãe que sabíamos que existiam, mas não tínhamos contato. Sentei, escrevi um texto enorme, com datas, nomes, e dei uma grande sorte, que minha carta foi parar nas mãos de um vereador que conhecia a família Azevedo  no distrito de Fajozes. Então aproveitando a estadia de minha mãe e da Tia Lina por aqui, fomos visitar estas primas em Portugal. Uma havia falecido, mas duas estão vivas e se alegraram muito de reencontrar a família. E uma delas mora ainda na casa, reformada é claro, onde meu avô nasceu, minha bisavó morava, enfim, uma energia muito grande senti ao pisar naquele solo. Depois disso já fui lá mais duas vezes e fui recebida com a mesma alegria da primeira vez. Bem, esta história não tem muito a ver com „alemanzar“, mas quis escrever sobre isto, porque poucos sabem desse episódio tão positivo. Talvez se eu não morasse na Europa, cairia no esquecimento esta família perdida em Portugal, já que o restante dos parentes que moravam no Brasil já se foram há muito tempo. E essa família tão linda que tenho lá, agradeço muito, porque através dela pude ver um pouco do que é o belo norte português. Abaixo vai uma prova de que apesar de alemanzada ainda consigo fazer um bacalhauzinho bem gostoso, que uma amiga trouxe lá de Lisboa.  Ora pois, pois!